Borborema: um triste exemplo de uso do patrimônio público para projeção de mandatários locais.
Não é raro vermos estudiosos afirmarem que o coração da República está na própria palavra “res + pública”, literalmente “coisa do povo” e enfatizarem a necessidade de separação entre o público e o privado. Todavia, ainda estamos muito distantes de tal separação.
A avidez por projeção tem feito muitos detentores de cargos eletivos e outros gestores do patrimônio público esquecerem essa lição elementar. Basta um rápido excurso pelo município de Borborema para que se veja um exemplo emblemático de utilização do patrimônio público para projeção de famílias de políticos considerados líderes locais.
A prefeitura municipal e a feira livre daquele município estão localizadas na Av. Arlindo Ramalho. Uma das duas escolas estaduais situadas no município chama-se José Amâncio Ramalho. A rua onde se realizam, anualmente, as comemorações pela emancipação política da cidade, que é uma espécie de adro da igreja matriz, chama-se José Amâncio Ramalho. O mais recente conjunto habitacional, construído pela prefeitura, denomina-se José Amâncio Ramalho. A maior escola municipal chama-se Leonor Ramalho. A creche da cidade é denominada Ana Cláudia Ramalho. O ex-prefeito que antecedeu o prefeito atual chamava-se José Amâncio Ramalho. Se hover necessidade de falar com o atual vice-prefeito, não esqueça que ele, não por acaso, chama-se, adivinhe! Isso mesmo: José Amacio Ramalho. Querendo um conforto espiritual? A estátua de Padre Cícero também está localizada na Av. Arlindo Ramalho. Há, ainda, a Rua Gen. Edson Ramalho. A outra escola estadual chama-se Efigênio Leite. Uma vereadora que está no quinto mandato consecutivo chama-se Paula Leite e o nome de uma ex vice-prefeita é Lourdes Leite (não é mera coincidência!). O ginásio de esportes do município é denominado “O Maranhão”, claro que um dos ex-prefeitos, também não por acaso, chama-se José Maranhão.
Obviamente, esse “fenômeno” não ocorre apenas no município de Borborema, contudo, não há como negar que se trata de um escandaloso exemplo de utilização do patrimônio público com intuito de insculpir na mente das pessoas os nomes dos mandatários locais que anseiam por se perpetuar no poder.
Mas, e a maioria dos cidadãos que paga seus impostos, com os quais são construídos prédios, ruas, avenidas, cheches, pontes, escolas, etc. Concorda com isso? Se o patrimônio é público, por que as pessoas são obrigadas a verem o emprego dele para fins claramente privados sem poderem opinar?
Também não se pode esquecer que, normalmente, esses nomes são submetidos à aprovação do legislativo municipal. Será que, ingenuamente, nossos queridos vereadores nunca perceberam esse estratagema ardiloso?
Esta matéria foi enviada por um leitor do Portal Bananeiras Online que pediu pra não ser identificado.
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Esta pessoa deve ser muito imbecil que mandou esta materia. Se tem ruas , Escolas etc. com nomes de pessoas publicas do município, com certeza e porque foram prestigiados e merecem todo respeito.não tem o que postar e fica com inveja de quem e privilegiado... ok (sma)
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